Estas vantagens podem ser, por exemplo, a capacidade de mimetizar seu
ambiente passando despercebido; membros fortes que permitem alcançar
grandes velocidades e, desta forma, mais facilmente fugir de predadores
e/ou alcançar suas presas preferidas; desenvolvimento de sentidos
(visão, olfato, etc..) altemente especializados, acurados e discriminativos,
etc.. Com certeza o desenvolvimento de um sistema capaz de armazenar milhares/milhões
de informações sobre sinais referentes a perigos, possibilidades
de alimentação e acasalamento, além de integrar e
coordenar as diferentes funções fisiológicas do organismo,
é altamente positivo, equipando os seres para melhor preservar suas
vidas individuais e garantir a sobrevivência das espécies.
A sobrevivência dos mais aptos foi permitindo a transmissão
de suas mutações favoráveis e o aperfeiçoamento
de suas expressões.Com certeza, muito ainda permanece por esclarecer
neste campo. É plausível, porém, admitir a evolução
de seres hominídios, com sistemas nervosos cada vez mais apurados,
a partir do exito, em termos de sobrevivência, de descendentes de
proto-homens cujos sitemas nervosos, por razões desconhecidas, sofrerem
mutações favoráveis.
É interessante assinalar que alguns estudiosos do campo
das neurociências, consideram ser o homem uma espécie inviável,
fadada ao fracasso, em decorrência da incapacidade de harmonizar
seu cérebro novo (neopalio), com os seus cérebros mais antigos.Para
outros autores, no entanto, as emoções representam um aspecto
dinamogênico, indispensável à preservação
da vida.Abre-se pois um campo de opiniões divergentes cujas origens
já podem ser reconhecidas em antigos debates filosóficos
sobre a pugna entre as paixões e a razão, inclinando-se alguns
pensadores por esta e outros por aquelas.
Referindo-nos ao terreno filosófico, sua descrição
da pulsão de vida fez-nos imediatamente pensar na vontade, tal como
a descreve Shopenhauer, em seu livro "O mundo como vontade e representação".
Comentando a filosofia schopenhauriana resume Sprigge que "o universo é
uma única, vasta, Vontade Cósmica de Existir que se auto-vivencia
através de uma aparente diversidade de seres conscientes em um mundo
espaço-temporal e determinístico". As implicações
metafísicas são evidentes, mormente sabendo-se que Schopenhauer
admirava os Upanishad, que pregam ser o mundo a corporificação
de Brahman. A vontade seria pois uma enteléquia a governar as diferentes
manifestações do mundo. E pareceu-nos captar em seu artigo
uma admissão desta enteléquia uma vez que em duas ocasiões
o senhor menciona o surgimento de mutações de virus, consequentes
a uma "intenção" da pulsão de vida em destruir a espécie
humana.
É uma hipótese filosófico/religiosa, defensável
dentro desta área, porém não é cientificamente
verificável.
Atenciosamente,Julio Rocha do Amaral