Um estudo publicado na revista Science afirmou que assassinos e outras pessoas com propensão à violência apresentam padrões cerebrais distintos que podem ser visualizados e alterados com drogas e terapias.
De acordo com os cientistas, na maioria das pessoas o cérebro pode controlar reações e emoções como o medo e a raiva. Entretanto, em pessoas patologicamente violentas, este sistema de controle apresenta um "curto-circuito".
Os pesquisadores afirmaram que diversos estudos demonstram que este "curto-circuito" pode ser claramente observado em imagens como o PET (sigla para tomografia de emissão de pósitrons), escreveu o pesquisador Richard Davidson.
"Agressão impulsiva e afetiva pode ser o produto de uma falha da regulação emocional. Creio que pessoas predispostas à agressão e à violência apresentam uma anormalidade no circuito central responsável por estas estratégias de comportamento adaptativas."
Davidson e sua equipe realizaram uma pesquisa com 500 pessoas que tinham distúrbios de personalidade agressiva, lesões cerebrais na infância ou eram assassinos convictos e compararam suas funções cerebrais com pessoas não-violentas.
Eles descobriram disfunções nas mesmas regiões cerebrais de 41 assassinos, que estavam sendo analisados junto a outras pessoas diagnosticadas com distúrbio de personalidade anti-social.
"Notamos uma evidência que indica que o córtex orbitofrontal e as estruturas com que ele está interconectado constituem elementos centrais de um circuito que influencia o controle emocional", disseram os pesquisadores.
Davidson disse que é possível reverter esses circuitos falhos com drogas ou terapia psicológica. "Com o que sabemos sobre a plasticidade cerebral e o fato de que o cérebro realmente pode se modificar em resposta à experiência, temos bons motivos para esperar que estes tratamentos possam, de fato, ter conseqüências benéficas", disse o pesquisador. As informações são da agência Reuters.