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Cientistas explicam por que o álcool relaxa

São mais do que conhecidos os efeitos relaxantes que o álcool provoca no
organismo. Até o momento, porém, ninguém sabia explicar por quê. O motivo -
que acaba de ser noticiado pela revista Nature - foi descoberto por uma
equipe de pesquisadores liderados por Toru Kobayashi, da Universidade
Niigata, no Japão, e Joanne Lewohl, da Universidade do Texas, nos Estados
Unidos.

Segundo os pesquisadores, o álcool atua sobre certas estruturas existentes
nas membranas dos neurônios, através das quais estas células trocam íons com
o meio circundante. O funcionamento dos canais iônicos já era razoavelmente
compreendido pelos cientistas. Por meio deles, íons positivos ou negativos
entram e saem dos neurônios, aumentando ou diminuindo sua atividade
elétrica.

O procedimento, por sua vez, afeta todas as funções cerebrais. Normalmente,
os canais iônicos são abertos ou fechados pela ação de substâncias químicas
conhecidas como neurotransmissores ou por variações na diferença de
potencial elétrico entre o interior e o exterior dos neurônios.

Kobayashi, Lewohl e colegas constataram que o álcool abre um tipo específico
de canal iônico, chamado de GIRK no jargão dos neurocientistas. Quando
aberto, esse canal permite que as células cerebrais eliminem íons potássio,
reduzindo desse modo sua atividade. O resultado é uma depressão do
funcionamento do cérebro - percebida como sensação de relaxamento pela
pessoa que bebeu.

A ação direta do álcool só foi confirmada em relação a esse fenômeno
específico. Outros efeitos da droga, como a diminuição do controle motor,
são provocados indiretamente e exigem o auxílio de neurotransmissores ou da
alteração da voltagem nas membranas dos neurônios. As informações são da
revista Galileu.