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O que nos faz lembrar de uma detalhada história ocorrida no passado? Como deixamos fluir naturalmente as frases complicadas de longas canções? Por que nunca nos esquecemos de como se dirige um automóvel?
Nestes exemplos, a memória surge como um processo de retenção de informações no qual nossas experiências são arquivadas e recuperadas quando as chamamos. É uma função cerebral superior relacionada ao processo de retenção de informações obtidas em experiências vividas.
O termo memória tem sua origem etmológica no latim e significa a faculdade de reter e /ou readquirir idéias, imagens, expressões e conhecimentos adquiridos anteriormente reportando-se às lembranças, reminiscências.
A memória é
uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela forma
a base para a aprendizagem. Se não houvesse uma forma de armazenamento
mental de representações do passado, não teríamos
uma solução para tirar proveito da experiência. Assim,
a memória
envolve um complexo mecanismo
que abrange o arquivo e a recuperação de experiências,
portanto, está intimamente associada à aprendizagem, que
é a habilidade de mudarmos o nosso comportamento através
das experiências que foram armazenadas na memória; em outras
palavras, a aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos
e a memória é a retenção daqueles conhecimentos
aprendidos.
Esta intrigante faculdade mental forma a base de nosso conhecimento, estando envolvida com nossa orientação no tempo e no espaço e nossas habilidades intelectuais e mecânicas.
Assim, aprendizagem e memória são o suporte para todo o nosso conhecimento, habilidades e planejamento, fazendo-nos considerar o passado, nos situarmos no presente e prevermos o futuro.
Tipos e Características da Memória
Pense
na diferença entre memorizar a data de aniversário de alguns
amigos versus aprender a andar de bicicleta.
As
diversas coisas que aprendemos e lembramos não são processadas
sempre pelo mesmo mecanismo neural.
Existem diferentes categorias de memórias, entre elas estão:
A memória ultra-rápida cuja retenção não dura mais que alguns segundos.
A memória de curto prazo (ou curta duração), que dura minutos ou horas e serve para proporcionar a continuidade do nosso sentido do presente
A memória de longo prazo (ou de longa duração), que estabelece engramas (ou traços duradouros (dura dias, semanas ou mesmo anos).
Você
acaba de ouvir o telefone ditado por alguém, mas em poucos segundos
é incapaz de se lembrar de parte ou de todos aqueles números.
Por que ?
Esta
memória é temporária e limitada em sua capacidade,
sendo armazenada por um tempo muito curto no cérebro, da ordem de
milisegundos a poucos minutos. É a memória de curta duração.
Para
que ela se torne permanente, ela requer atenção, repetições
e idéias associativas. Mas, através de um mecanismo ainda
não conhecido, você pode se lembrar subtamente de um fato
esquecido, como aquele número de telefone que havia esquecido.
Neste
caso, a informação foi armazenada na memória
de longa duração que é
mais permanente e tem uma capacidade muito mais ampla.
Para
uma boa explicação sobre como é formada a memória
de longa duração, veja o artigo do Prof. Izquierdo Os
Labirintos da Memória.
O processo de armazenar novas informações na memória de longa duração é chamado de consolidação.
Uma elaboração
do conceito da memória de curta duração que tem sido
feita nos últimos anos é a memória
operacional (veja abaixo), um termo
mais genérico para o armazenamento da informação
temporária.
Muitos especialistas
consideram memória de curta duração
e memória operacional
como a mesma coisa.
Entretanto, uma característica
chave que distingue uma da outra é, não somente o seu aspecto
operacional, como também as múltiplas regiões no cérebro
onde o armazenamento temporário ocorre.
Isto implica que nós
podemos não ser conscientes de todas as informações
armazenadas ao mesmo tempo na memória operacional, nas diferentes
partes do cérebro. Tomemos o exemplo de dirigir um carro. Esta é
uma tarefa complexa que requer diversos tipos de informações
processados simultaneamente, tais como a informação sensorial,
cognitiva e motora.
Parece improvável
que estes vários tipos de informação sejam armazenados
em um único sistema de memória de curta duração.
Nossa habilidade de lembrar eventos não se reflete na operação de um único sistema de memória, mas em uma combinação de no mínimo duas estratégias usadas pelo cérebro para adquirir informação. Uma das estratégias é denominada de memória explicita, ou memória declarativa, requerendo participação consciente e envolvendo o hipocampo e o lobo temporal. a outra estratégia é a memória implícita, a qual não requer participação consciente, utilizando estruturas não corticais. Vejamos o significado de cada uma delas.
Memória operacional - é crucial tanto no momento da aquisição como no momento da evocação de toda e qualquer memória, declarativa ou não. Através dela armazenamos temporariamente informações que serão úteis apenas para o raciocínio imediato e a resolução de problemas, ou para a elaboração de comportamentos, podendo ser esquecidas logo a seguir. Em outras palavras, ela mantém a informação viva durante poucos segundos ou minutos, enquanto ela está sendo percebida ou processada. Armazenamos em nossa memória operacional, por exemplo, o local onde estacionamos o automóvel, uma informação que será necessária até o momento de chegarmos até o carro. Esta forma de memória é sustentada pela atividade elétrica de neurônios do córtex pré-frontal (a área do lobo frontal anterior ao cortex motor). Esses neurônios interagem com outros, através do cortex entorrinal, inclusive do hipocampo, durante a percepção, aquisição ou evocação.
Memória declarativa (ou explícita) é a memória para fatos e eventos, por exemplo, lembrança de datas, fatos históricos, números de telefone, etc. Reúne tudo o que podemos evocar por meio de palavras (daí o termo declarativa). Subcaracterizada em
Memória
não-declarativa (ou
implícita) - Se
difere da explícita (declarativa) porque não precisa ser
verbalizada (declarada). É a memória
para procedimentos e habilidades, por exemplo, a habilidade para dirigir,
jogar bola, dar um nó no cordão do sapato e da gravata, etc.
Pode
ser de quatro subtipos.
Adaptado de 1
O hipocampo e o cortex
temporal (veja abaixo) parecem estar envolvidos na formação
da memória declarativa, mas não na memória de procedimentos.
Enquanto que certos núcleos do cerebelo e medula espinhal parecem
ser necessários para a formação de memórias
de procedimento, mas não intervêm na memória declarativa.
Devido a esta organização anatômica, assume-se que
a memória declarativa é controlada por mecanismos cerebrais
superiores, enquanto que a memória de procedimentos parece depender
de sistemas e regiões inferiores.
O lobo temporal é uma região no cérebro que apresenta um significativo envolvimento com a memória. Ele está localizado abaixo do osso temporal (acima das orelhas), assim chamado porque os cabelos nesta região frequentemente são os primeiros a ser tornarem brancos com o tempo.
Existem consideráveis evidências apontando esta região como sendo particularmente importante para armazenar eventos passados.
O lobo temporal contém o neocórtex temporal, que pode ser a região potencialmente envolvida com a memória a longo prazo.
Nesta região também existe um grupo de estruturas interconectadas entre si que parece exercer a função da memória para fatos e eventos (memória declarativa), entre elas está o hipocampo, as estruturas corticais circundando-o e as vias que conectam estas estruturas com outras partes do cérebro.
O hipocampo ajuda a selecionar onde os aspectos importantes para fatos e eventos serão armazenados e está envolvido também com o reconhecimento de novidades e com as relações espaciais, tais como o reconhecimento de uma rota rodoviária.
A
amígdala,
por sua vez, é uma espécie de "aeroporto" do cérebro.
Ela se comunica com com o tálamo
e com todos os sistemas sensoriais do córtex, através de
suas extensas conexões. Os estímulos sensoriais vindos do
meio externo como som, cheiro, sabor, visualização e sensação
de objetos, são traduzidos em sinais elétricos, e ativam
um circuito na amígdala que está relacionado à memória,
o qual depende de conexões entre a amígdala e o tálamo.
Conexões
entre amígdala e hipotálamo,
onde as respostas emocionais provavelmente se originam, permitem que as
emoções influenciem a aprendizagem, porque elas ativam outras
conexões da amígdala para as vias sensoriais, por exemplo,
o sistema visual.
O Córtex pré-frontal exibe também um papel importante na resolução de problemas e planejamento do comportamento. Uma razão para se acreditar que o córtex pré-frontal esteja envolvido com a memória, é que ele está interconectado com o lobo temporal e o tálamo.
O Crescimento do Cérebro
O processo de memorização
é complexo envolvendo sofisticadas reações químicas
e circuitos interligados de neurônios.
As células
nervosas ou neurônios, quando são ativadas liberam hormônios
ou neurotransmissores que atingem outras células nervosas através
de ligações denominadas sinapses.
Os fatos antigos naturalmente
têm mais tempo de se fixar em nosso banco de dados e daí sua
melhor fixação, o que não ocorre com fatos recentes,
que têm pouco tempo para se fixarem e ainda podem ter sua capacidade
de fixação alterada por razões relacionadas a variações
de estado emocional ou a problemas de ordem física.
Por
exemplo, se você já passou por uma rua à noite e percebeu
que ali haviam pessoas com aparência estranha e perigosa, você
evitará passar por aquela rua novamente.
Ou,
se uma criança levou um choque ao colocar o dedinho dentro de uma
tomada elétrica, ela nunca mais emitirá aquele comportamento.
Nestes
exemplos, o comportamento foi modificado em decorrência de uma experiência.Cadacélula
cerebral(ou neurônio)contribui
para o comportamento e para a atividade mental, conduzindo ou deixando
de conduzir impulsos.
Todos
os processos da memória são explicados em termos dessas descargas.
Fig.1. A Estrutura do Neurônio. Um neurônio típico tem quatro regiões morfologicamente definidas: dendritos (1), corpo celular (2), axônio (3), e terminais pré-sinápticos (5). |
Neurônios recebem sinais nervosos de axônios de outros neurônios. A maioria dos sinais é liberada aos dendritos (1). Os sinais gerados por um neurônio são enviados através do corpo celular (2), que contém o núcleo (2a), o "armazém" de informações genéticas. Axônios (3) são as principais unidades condutoras do neurônio. O cone axonal (2b) é a região na qual os sinais das células são iniciados. Células de Schwann (6), as quais não são partes da célula nervosa, mas um dos tipos das células gliais, exercem a importante função de isolar neurônios por envolver seus processos membranosos ao redor do axônio formando a bainha de mielina (7), uma substância gordurosa que ajuda os axônios a transmitirem mensagens mais rapidamente do que as não mielinizadas. A mielina é quebrada em vários pontos pelos nodos of Ranvier (4), de forma que em uma secção transversal o neurônio se parece como um cordão de salsichas. Ramos do axônio de um neurônio (o neurônio pré-sináptico) transmitem sinais a outro neurônio (o neurônio pós-sináptico) em um local chamado sinapse (5). Os ramos de um único axônio podem formar sinapses com até 1000 outros neurônios. |
Em laboratórios científicos também foi possível demonstrar que ratinhos apresentam um número muito maior de células cerebrais interconectadas umas com as outras quando eles vivem em conjunto em uma gaiola cheia de brinquedos como rodinhas, bolas, etc., do que os ratos que vivem em uma gaiola sozinhos e sem nada para fazer ou aprender.
Alguns dos maiores estudiosos do fenômeno da aprendizagem e memória na década de 40, Donald Hebb, de Montreal , e Jersy Konorski, da Polônia, foram os primeiros a acreditar que a memória deve envolver mudanças ou aumentos nos circuitos nervosos.
Circuitos
nervosos são conjuntos de neurônios
que se comunicam entre si através de junções denominadas
de sinapses.
Retirado de Racicocínio Lógico Matemático, 2002. Tese de doutorado de Waldemar de Maio |
Quando
uma célula é ativada, é desencadeada a liberação
de substâncias químicas nas sinapses, chamadas neurotransmissores,
tornando-as
mais efetivas. Pesquisas encontraram que neurônios "exercitados"
possuem um número maior de ramificações
(dendritos)
se comunicando com dendritos de outros neurônios.
Assim,
para que as memórias sejam criadas, é preciso que as células
nervosas formem novas interconecções e novas moléculas
de proteína.
A perda de memória
pode estar associada a determinadas doenças neurológicas,
a distúrbios psicológicos, a problemas metabólicos
e também a certas intoxicações.
A forma mais freqüente
de perda de memória é conhecida popularmente como "esclerose"
ou demência.
A demência mais
comum é a doença de Alzheimer que se caracteriza por acentuada
perda de memória acompanhada de graves manifestações
psicológicas como por exemplo a alienação.
Estados psicológicos alterados como o estresse, a ansiedade e a depressão podem também alterar a memória.
A falta de vitamina B1 (tiamina) e o alcoolismo levam a perda da memória para fatos recentes e com freqüência estão associados a problemas de marcha e de confusão mental.
Doenças da tireóide, como o hipotireoidismo, se acompanham de comprometimento da memória.
O uso de medicação tranqüilizante ("calmantes") por tempo prolongado provoca a diminuição da memória e favorece também a depressão, o que leva a uma situação que pode se confundir com a demência.
A vida sedentária com excesso de preocupações e insatisfações, bem como uma dieta deficiente, favorece a perda de memória.
Contrariamente
ao esquecimento comum ocorrido normalmente no dia-a-dia de nossas vidas,
existem algumas doenças e injúrias no cérebro que
causam séria perda de memória e também interferem
com a capacidade de aprender.
A
esta inabilidade dá-se o nome de Amnésia.
Fatores que podem causar perda total ou parcial da memória:
A Concussão ou traumatismo do cérebro pode causar perda da memória manifestada de diferentes formas:
- Amnésia
retrógrada:
Os
eventos ocorridos antes
do trauma (no
momento ou meses e anos antes) não
serão lembrados, mas a pessoa se lembra de coisas após o
trauma.
- Amnésia
anterógrada:
Os
eventos ocorridos após o trauma
não serão lembrados. Em casos mais severos, a pessoa pode
ser incapaz de aprender qualquer coisa nova, como é o caso de um
paciente que todas as vezes que encontrava o seu médico o cumprimentava
como se fosse a primeira vez que o visse.
- Amnésia
transitória global:
É
uma forma de amnésia que dura um curto período de tempo e
envolve a amnésia anterógrada acompanhada pela retrógrada.
Este
tipo de amnésia é causado por isquemia cerebral (redução
temporária do suprimento sanguíneo).
De
acordo com Bear e cols., 1996 , embora raros, existem registros deste tipo
de amnésia causado por:
Alcool. O alcoolismo é um dos mais sérios candidatos a afetar a memória. O alcool afeta especialmente a memória a curta duração, o que prejudica a habilidade de reter novas informações. Estudos mostraram que mesmo a ingestão de baixas quantidades de bebida alcoólica durante toda a semana interfere com a habilidade de lembrar.
Drogas e Medicamentos
Medicação.Algumas drogas podem causar perda da memória: tranquilizantes, relaxantes musculares, pilulas para dormir, e drogas anti-ansiedade, particularmente os benzodiazepínicos que incluem o diazepam (valium) e lorazepam. Algumas drogas cardíacas, tais como o propanolol, que é usada para contralar a pressão alta (hipertensão) pode causar problemas de memória e depressão.
Fumo. Já é conhecido que o fumo quebra a quantidade de oxigênio que chega ao cérebro e este fato muitas vezes afeta a memória. Estudos mostraram que fumantes de um ou mais pacotes de cigarros por dia tiveram dificuldades em lembrar de faces e nomes de pessoas em teste de memória visual e verbal, quando comparados com indivíduos não fumantes (Turkington, 1996).
Cafeína. Café e chá têm um efeito muito positivo para manter a atenção e acabar com o sono, mas a excitação provocada por estas bebidas pode interferir com a função da memória.
Tumor cerebral
O Tumor cerebral pode evoluir com problemas de memória além de outros sintomas próprios.
Encefalite
Nas
Encefalitese
no acidente
vascular cerebral também podem ocorrer problemas em diversas fases
da memória.
Prestar
atenção. Não tente guardar todos os fatos que
acontecem, mas focalize sua atenção e se concentre naquilo
que você achar mais importante, procurando afastar de si todos os
demais pensamentos.
Exercício: pegue
um objeto qualquer, por exemplo, uma caneta e se concentre nela. Pense
sobre suas diversas características: seu material, sua função,
sua cor, sua anatomia, etc. Não permita que nenhum outro pensamento
ocupe a sua mente enquanto voce estiver concentrado na caneta.
Relaxar.
É
impossível prestar atenção se você estiver tenso
ou nervoso.
Exercício: prenda
a respiração por dez segundos e vá soltando-a lentamente.
Associar fatos a imagens. Aprenda técnicas mneumônicas.Elas são uma forma muito eficiente de memorizar grande quantidade de informação.
Visualizar
imagens. Veja as figuras com os "olhos da mente".
Exercício:
Alimentos. Algumas vitaminas são essenciais para o funcionamento apropriado da memória: tiamina, ácido fólico e vitamina B12. São encontradas no pão e cereais, vegetais e frutas. Alguns especialistas afirmam que vitaminas sintetizadas melhoram a memória, mas outros duvidam dizendo que estudos não comprovaram que estes nutrientes funcionam.
Água.A água ajuda a manter bem funcionante os sistemas da memória, especialmente em pessoas mais velhas. De acordo com a Dra.Turkington, a falta de água no corpo tem um efeito direto e profundo sobre a memória; a desidratação pode levar a confusão e outros problemas do pensamento.
Sono.
Afim
de se conseguir uma boa memória, é fundamental que se permita
sono suficiente e descanso do cérebro. Durante o sono profundo,
o cérebro se desconecta dos sentidos e processa, revisa e armazena
a memória.
A
insônia leva a um estado de fadiga crônica e prejudica a habilidade
de concentrar-se e armazenar informações.
Dicas tais como : tomar notas, organizar-se, usar um diário, manter-se em forma, check up regular da saúde, etc
Como Melhorar Sua Memória
A contínua atividade
intelectual como a leitura, exercícios de memória, palavras
cruzadas e jogo de xadrez auxiliam a manutenção da memória.
O estilo de vida ativo
com atividade física feita com regularidade e uma dieta saudável
são básicas para a manutenção da memória.
A diminuição
da memória que ocorre na 3a. Idade, na maioria das vezes é
absolutamente benigna, mas freqüentemente, por falta de melhor informação,
angustia o idoso que tem dificuldade de aceitá-la como um fato normal.
A perfeita compreensão
do fato inexorável e a utilização de uma agenda para
as anotações dos fatos recentes, ajudam a conviver satisfatoriamente
com o problema.
Uma excelente oportunidade para o resgate e desenvolvimento de potencialidades presentes durante toda a vida, é a participação em grupos educativos e terapêuticos.
Exercícios cerebrais
feitos de maneira rotineira apresentam efeitos muito positivos sobre a
memória.
Semelhante ao que ocorre
com exercícios musculares realizados para se manter a forma física,
a atividade cerebral também deve ser realizada com freqüência,
sempre procurando estimular nossos principais sentidos: olfato, paladar,
tato, visão e audição, bem como nossa memória
e inteligência.
Esse tipo de exercício pode ser denominado "Fitness" Cerebral, que é a capacidade de se manter um estado adequado, em forma.
O declínio de nossas
funções mentais que ocorre com a idade, se deve em grande
parte à falta de atividade mental que com freqüência
segue paralelamente ao envelhecimento.
Vários trabalhos
científicos realizados em diversos países demonstram claramente
que o declínio mental que ocorre com a idade pode ser evitado.
O conceito de que a função faz o órgão aplica-se tanto ao "fitness" muscular quanto ao "fitness" cerebral.
Devemos identificar nossas diversas habilidades mentais e exercitá-las sempre com regularidade.
Devemos estimular nossas percepções, nossa memória (recente e antiga), noções espaciais, habilidades lógicas e verbais, etc.
Os exercícios cerebrais
nada mais são do que estímulos às funções
cerebrais que podem estar decadentes devido à idade e que já
foram ativas no passado.
A ativação
deve ser feita diariamente, durante as atividades normais, como o caminhar,
durante as refeições ou mesmo durante as compras.
Todo dia procure observar
um objeto ou pessoa e desenhe suas principais características.
No fim de semana procure
recordar as figuras.
É um tipo de exercício
de memória.
Procure identificar ingredientes
dos alimentos pelo gosto e pelo cheiro.
Faça isto diariamente
e depois procure recordar dos mesmos.
Memorize os preços das coisas sempre que possível e procure recordá-las mais tarde.
Procure identificar as
pessoas pela voz ao usar o telefone, por exemplo.
Memorize números
de telefones.
Memorize no fim do dia
as pessoas com quem falou.
Depois, procure lembrar-se
do mesmo para toda semana.
Utilize sempre de anotações
para consultas posteriores.
Inúmeras outras situações podem ser criadas a partir dessas idéias ( vide também Informe do dia 20-10-2000 - Memória ).
DICAS PARA MELHORAR A MEMÓRIA
Estimular a memória:
Atividade
diária:
Praticar jogos de xadrez,
palavras cruzadas, exercícios simples como recordar fatos do dia-a-dia
(o que comeu no almoço, o que leu no jornal do dia, o que ocorreu
no último capítulo da novela, etc.)
Aprender novas habilidades: computador, pintura, música, etc.
Cultivar
a atenção:
Ater-se aos fatos mais
importantes dos que ocorreram durante o dia e procurar guarda-los; exercitar-se
com objetos simples mantendo a concentração.
(pegue um relógio,
por exemplo, e procure concentrar-se no mesmo, observando suas características,
etc); exercitar-se com um texto e procurar refletir somente sobre o mesmo
(um poema, um salmo, etc).
Exercícios
mnemônicos:
Associar fatos a imagens
e procurar guardá-los na memória. Imaginar um alimento suculento
e imaginar todas as suas características a ponto de sentir prazer.
Alimentação:
A boa alimentação
é fundamental para a conservação da memória.
Deve-se evitar excessos. Deve-se entender que uma boa alimentação
é a bem balanceada entre proteínas, gorduras e açúcar,
sendo rica em vitaminas. A tiamina, o ácido fólico e a vitamina
B12 são importantes para o metabolismo dos neurotransmissores envolvidos
no processo da memória, devendo ser utilizados de preferência
produtos naturais .
A água é
muito importante, devendo se ter cuidado em manter-se a hidratação.
Psiquismo:
Estar relaxado e emocionalmente
bem, é fundamental para manter uma boa atenção de
conservar a memória. A tensão e a ansiedade prejudicam a
memória. A depressão dificulta muito o processo de memorização.
Atividade
física:
Os exercícios
feitos regularmente trazem benefícios importantes para o processo
de memorização. Uma simples caminhada diária é
o suficiente.
Sono:
O repouso cerebral é
muito importante para se ter uma boa memória. Quem sofre de insônia
tem sua memória prejudicada.
LEMBRE-SE:
Não
existem medicamentos específicos para o tratamento da perda
da memória.
A Gingko
Biloba é a droga hoje em dia mais utilizada numa tentativa
de diminuir a perda da memória ou mesmo regredir um quadro já
instalado.
Ela é extraída
de folhas de uma árvore muito comum na Europa e nos Estados Unidos,
sendo muito popular na Alemanha, onde tem seu uso aprovado oficialmente.
É conhecida há
centenas de anos, tendo ampla gama de efeitos, atuando em problemas cardiovasculares,
neurológicos e metabólicos.
É uma substância
que atua na circulação cerebral, sendo muito utilizada na
velhice, com a finalidade de melhorar problemas de memória, dificuldades
de concentração e confusão mental.
Tem sido utilizada nas
fases iniciais da Doença de Alzheimer, no combate aos problemas
cognitivos próprios da doença, melhorando o comportamento.
Infelizmente esses resultados
são muito discutidos e controversos.
Não se sabe bem
como age, mas parece ativar a circulação cerebral melhorando
o aproveitamento do oxigênio pelas células nervosas.
Então, para conservar ou melhorar sua memória, a melhor maneira é EXERCITÁ - LA !
Bibliografia
1. Bear,
M.F.; Connors, Barry W. e Paradiso, Michael - Neuroscience: Exploring the
Brain. Em: Memory Systems, pp514 a 545. Editora Williams & Wilkins,
1996.
2. Bear, F.M.;
Connors, B.W and Paradiso, M.A. - Structure of the Nervous System. In:
Neuroscience. Exploring the Brain - F.M. Bear.; B.W Connors, and M.A. Paradiso
(eds.) - Williams & Wilkins pp.152-185, 1996
3. Turkington,
C. - Improve your memory through your lifestyle. Em: C. Turkington (ed.).
12 Steps to a Better Memory.Editora Macmillan. 12:129-140, 1996.
Para Saber Mais
Em Português
Os
labirintos da Memória - Ivan Izquierdo - Ciência Hoje
Seminário
de Neurofisiologia: Memória
Neurofisiologia
- Memória
Aprendizagem
e Memória
Em Inglês
How
Memory Works:
Memory
Scientists
Reveal Details of Brain Cell Communication: Implications for Learning &
Memory
How
Good Is Your Memory?
How
Does Our Memory Work?
Physiology
of our memory
Uncovering
the molecular networks in brain synapses that are the substrate of learning
and memory
Learning
and memory I