Comments on the article What make us Singularly Humans?
(by Silvia Helena Cardoso)

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Sender: Fernando Luís Merízio - Brusque/ SC

Certamente, pensar o tema é muito interessante --- e confesso que li o artigo diversas vezes e o meditei por muito tempo --- pois a questão remete-nos às mais diversas maneiras de compreensão do Ser Humano; a questão pode tornar-se filosófica, humanista, evolucionista, criacionista, restritamente biológica, etc; afinal, concepções de Homem surgem atreladas a visões que se tem sobre a sua origem, sobre a sua evolução, como um todo engendrado.

Inicio pensando no termo "Humano". Sem dúvida a própria aplicação da palavra é uma convenção simbólica que nos diferencia dos demais animais --- nós humanos, eles animais ---. Pretende o termo que haja uma diferenciação, e devemos ter cuidado quando nos utilizamos de expressões que visam a distinção, pois a distinção pressupõe classificação, e nas classificações há: incorporação e exclusão. Estes são humanos, aqueles não são(princípios etnocêntricos) Em nível da análise deste significado sobre a espécie humana, encontramos um motivo para distinguir de nós tudo o que não for humano;; e parece-me um pensamento muito sólido por explicar o quanto a espécie humana se vê superior as demais espécies, e não refiro-me à complexidade biológica (ou cognitiva) mas sim a uma superioridade cultural, que imprime força e poder contra as "espécies inferiores". Cito o artigo: "(...) Todas as suas restrições e debilidades físicas tomando a espécie dominante do planeta, destruindo e devastando aqueles que se opõe, ou usando para si aquelas espécies que são úteis para o seu próprio benefício como as bestas de carga, as cobaias de laboratório, alimento, etc. (...)". Se nós fossemos tigres nos questionaríamos: o que nos faz unicamente felinos? Seria o nosso poder e nosso ato predatório sobre as espécies (culturalmente) inferiores?

Naturalmente, algumas dessas questões implicam na manutenção de nossa própria vida; mas enquanto manutenção da vida; temos um forte aspecto biológico de sobrevivência (instinto de sobrevivência), que os demais animais também tem, a diferença é que transportamos isso para uma esfera de símbolo cultural. E se falamos de símbolo cultural abordamos um aspecto mental de desenvolvimento do cérebro; então, já que sabemos que as mutações são imprevisíveis, que suas possibilidades são infinitas (ou quase infinitas), o que impede, que daqui a bilhões de anos o cérebro de outro animal se desenvolva o suficiente para simbolizar e até gerar cultura? --- Afinal, quem parece ter estagnado na evolução é o ser humano --- Parece até ficção científica ou um abstracionismo criativo; porém, de um "elo perdido", Propliopithecus (através de inferências, talvez) supõe-se que se originaram os macacos e os homens`. O que impede que esta linha prossiga? Ainda mais, se observarmos atentamente às diversas mudanças que estão ocorrendo em nosso universo e planeta: ondas solares que interferem nas telecomunicações, a poluição demasiadamente excessiva em nosso planeta... talvez o meio que tanto transformamos para nossa adaptação forçada e nossos fins (lucrativos), irá requerer uma nova espécie para si; e se realmente o meio o fizer, será uma espécie que saberá viver do meio ambiente sem agredi-lo (note-se: o ser humano é o único animal que produz lixo --- no sentido de degradação ambiental).

Acredito que estas questões são importantes para se pensar o ser humano, e que fins o ser humano inside sobre a sua condição e se realmente será capaz de manter-se! De modo algum defendo uma linha radical de que a espécie humana se extinguirá a si mesma; antes, devemos refletir sobre o que estamos fazendo... talvez descobriremos que Popper tem razão em dizer: "(...) a espécie se utiliza dos indivíduos para a sua manutenção (...)". Mas o quê, ou quem é a espécie? Talvez a espécie seja apenas este movimento que atravez de características/aptidões cerebrais simbolizamos para a nossa diferenciação.

Reavaliando o pensamento do artigo pude obter uma nova perspectiva, que se aproxima ainda mais de algo que deve ser a essência. Sim, o artigo enumera vários aspectos que nos fazem unicamente humanos, as complexas funções cognitivas, a inserção de (infinitos) símbolos, a manipulação do meio, das outras espécies e da própria espécie. Ótimo, tudo isso nos diferencia das demais espécies; mas afinal, o que é ser (verbo) humano? Penso que isso que nós achamos que é ser humano é ser humano por convenção, e não por essência. --- E quando algo foge de sua realidade como Fim ou como Essência, tende a, e conseqüentemente desvirtua-se.--- E isso faz com que tenhamos uma gama infinita de dificuldades, problemas; pois construímos um ser humano a partir de concepções que foram estabelecidas, e ainda, quem modelou esta forma/maneira que é hoje o ser humano sabia como deve ser e viver o Homem para que garanta a Vida (e qualquer espécie de vida) o direito universal de viver?

Porém, devemos pensar (ou melhor, repensar) estas concepções que nos fizeram ser o que somos. Sem dúvida neste aspecto percebemos o quão poderosa tornou-se a cultura: criar um símbolo e atribuir a ele um valor. Esta característica já está muito bem acomodada, no sentido de cultura, para nós humanos.

Devemos nos valer, sempre que possível, quando abordado o tema Ser Humano, de uma reflexão para analisar quem é este ser humano ou o que o fez ser como ele é. Não tenho o objetivo, aqui, de trazer para a questão uma compreensão puramente filosófica; mas sim, estabelecer que a partir de algumas ferramentas, ou estruturas que adquirimos, construímos todo um modo de vida pautado, talvez (ou muito provavelmente), em modos de vida` que não contemplam totalmente a vida, ou todas as formas de vida que compartilham conosco este planeta. Pensar que o que nos faz unicamente humanos` é suficiente para a vida não parece algo suficiente para viver, afinal, dadas todas as qualidades/habilidades que já foram descritas (manipulação do meio, formação de símbolo...), e mesmo assim adaptamos o meio externo sem comprometimento com o mesmo; sem falar das questões da vida social.

Então, qual a relevância para a Vida de saber o que nos faz unicamente humanos? Temos as ferramentas mas não sabemos usá-las, e isto não é uma visão pessimista, mas sim, querer compreender a realidade para pensá-la em uma concepção universal, para abranger em uma totalidade somente concepções que beneficiem sempre a Vida!



 

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